Escola Sem Partido
Texto de Pâmella Bussolin Santos, advogada em Maringá-PR
Causa estranheza que o projeto
“Escola Sem Partido” tenha gerado tanta polêmica e contrariedade, embora o
objetivo do mesmo seja a fixação de um simples cartaz em sala de aula.
Mas por que um cartaz incomodaria
tanto grande parte dos professores?
Sem dúvidas a razão do incomodo é
que as diretrizes que a folha fixada na parede traria para as salas de aula, de
imediato, estabeleceriam limites aos profissionais que se esquecem de sua real
missão.
Educar é o ato de apresentar o mundo do conhecimento ao aluno, aliás esta
é uma das tarefas mais nobres da nossa sociedade. Aquele que educa mostra ao
aprendiz as mais variadas descobertas
científicas e sociais, apresenta as mais diversas formas de pensamento e diante
deles ensina seu aluno a pensar, comparar e desenvolver seu próprio raciocínio
e crítica.
Já o doutrinador não abre para
seu aprendiz um campo de conhecimento, ele na verdade o restringe ao falso
aprendizado, uma vez que o aluno só é apresentado aquilo que o professor
acredita ou simpatiza. Logo não desenvolve senso crítico. E como poderia se só
fora apresentado a uma corrente de pensamento? Como comparar, medir prós e
contras, desenvolver a argumentação, quando se quer conheceu o contraditório?
É inegável que a forma como a
educação está sendo conduzida nos país nada mais faz do que produzir uma série
de jovens com pensamentos rasos e
facilmente manipuláveis. Tudo, obviamente,
a fim de atender aos interesses daqueles que para se estabelecer no poder e
fartar-se de seus privilégios, necessitam de uma sociedade apática, ignorante e
conformada.
Formar cidadãos com acesso amplo
e irrestrito ao conhecimento, sem dúvidas não é o interesse de sujeitos mal
intencionados que insistem em servir-se da nação ao invés de servi-la. Por esta
razão é de extrema importância que estudantes de todo país tenham acesso a uma educação
sem restrições ideológicas ou políticas, bem como sejam instruídos a fiscalizar
e exigir o exercício de seu direito. Ou seja, se a fixação do “polêmico” cartaz
amenizar a clara doutrinação que ocorre nas escolas, que o mesmo seja bem-vindo
nas salas de aula.
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